A Campanha de Prevenção sobre os Perigos do Álcool na Gestação da Apae de Limeira chega à 14ª edição em 2021 sempre com o mesmo objetivo: o de alertar sobre os danos irreversíveis para os fetos de mães que consomem qualquer dose de bebida durante a gravidez.
Não há dose segura, daí a necessidade de falar sobre o tema. Neste ano, em virtude da pandemia, a equipe do Centro de Ações Preventivas da associação irá trabalhar com vídeos gravados com personalidades de Limeira que ingressaram na Campanha e informações técnicas.
“As redes sociais tem um poder muito grande na disseminação de informações e iremos abastecer nossos canais no Facebook, Instagram e Youtube com estudos e verdades sobre esse tema tão importante que é uma das principais causas da deficiência intelectual. Prevenção é a única forma de evitar os danos”, explicou Luciana Benedetti, coordenadora do Centro de Ações Preventivas (CAP), da Apae Limeira.
Grávida pode beber?
Nada! Nenhuma dose. 0%. Essa é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) até mesmo para mulheres que estão tentando engravidar. Os médicos, embasados em estudos cada vez mais específicos seguem a mesma linha de orientação.
A médica ginecologista e obstetra Dra. Monique Mion Bürger cita uma pesquisa feita pela Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha e publicada recentemente no periódico Journal of Epidemiology and Community Health. “Segundo o estudo, a ingestão de bebidas alcoólicas no início da gravidez pode elevar o risco de o bebê nascer prematuro ou com um tamanho menor do que o esperado. A pesquisa analisou os hábitos alimentares e de consumo de álcool de mais de 1.264 mulheres e, entre as que consumiram duas ou mais doses semanais, 4,3% tiveram um parto prematuro e 4,4% tiveram filhos que apresentaram tamanho menor do que o esperado para o tempo de gestação”.
A médica alerta ainda para outros danos irreversíveis para os bebês como a Síndrome Alcoólica Fetal. A SAF é o transtorno mais grave do espectro de desordens fetais alcoólicas (fetal alcohol spectrum disorders – FASD). Os efeitos decorrem da interferência na formação cerebral, em especial na migração dos neurônios que não se desenvolvem completamente em certas estruturas e podem acarretar alterações congênitas, anomalias do sistema nervoso central, retardo no crescimento e prejuízos no desenvolvimento cognitivo e comportamental.
Como o álcool atinge o feto?
A Dra Monique explica que, assim como tudo que a grávida ingere, nutrientes ou coisas ruins, o álcool também atravessa a placenta, inclusive pelo líquido amniótico, que funciona como um reservatório para o álcool. “Não temos nenhuma bebida alcoólica que traga menos efeito ou que possa ser ingerida em pequena quantidade. Ou seja, toda bebida alcóolica está proibida na gestação”, diz.
“O primeiro trimestre é a fase de formação do feto, então, o álcool pode acarretar diretamente na formação dos órgãos. E nos meses seguintes, a bebida tem os mesmos efeitos danosos, com maior ênfase na parte neurológica”.
A médica relata ainda situações onde as mães não sabiam que estavam grávidas e fizeram uso do álcool. “Isso é comum e a orientação é sempre a mesma: não há o que fazer com o álcool já ingerido, mas é preciso parar imediatamente e essa, é a única forma de prevenção tendo sempre em mente que as lesões causadas pela ação do álcool são totalmente prevenidas se a gestante não consumir bebidas alcoólicas em nenhum momento: nem antes, nem durante e nem após a gestação, pelo menos enquanto estiver amamentando”.
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www. apaelimeira.org.br e redes sociais.
Ou ligue para 3404-1569.