A Apae Limeira realizou na manhã desta sexta-feira, 24, uma cerimônia que reuniu dezenas de pessoas na sede da entidade para celebrar os 50 anos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais na cidade.
Foram homenageados todos os ex-presidentes e também, ex-presidentes do Conselho Deliberativo. Pessoas que ajudaram a construir essa história de luta e determinação foram lembradas, bem como voluntárias e a funcionária mais antiga, em nome de todos os colaboradores.
Hoje, 650 crianças frequentam regularmente a Apae Limeira que tem 145 funcionários. No entanto, a entidade é responsável por cerca de 8 mil atendimentos ao ano, incluindo avaliações, procedimentos e outros serviços prestados gratuitamente à população.
Como organização social sem fins lucrativos, a APAE de Limeira teve e têm sua história marcada pela mobilização em favor das questões ligadas à educação, saúde e inclusão social da pessoa com deficiência.
Aliada a sua tradição, a entidade busca, constantemente, o desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente, as focadas na prevenção das deficiências.
Não diferente de outras entidades, a APAE enfrenta desafios para sua manutenção, pois o equilíbrio das receitas depende das doações. Do total das despesas mensais, 29,34% são cobertos pelos recebíveis do SUS e de outros convênios municipal e estadual. Fica como tarefa da entidade buscar na sociedade os demais recursos, 70,66%, para completar as receitas.
Daí, a importância da sociedade nessa longa jornada. “A luta era, é e sempre será melhorar a qualidade de vida de nossos usuários, oferecendo meios para que sejam rompidas barreiras, sejam abertos caminhos e haja dignidade e cidadania igualitárias sem restrições”, comentou o presidente da Apae Limeira, Edmur de Barros Pinho.
Os primeiros anos…
Na distante década de 60, mais especificamente em meados dela, no ano de 1966, teve início uma linda história de luta e perseverança pelos direitos da pessoa com deficiência. Naquela época, eram raras as crianças deficientes intelectuais que podiam receber atenção educacional. Os pais de crianças com comprometimentos mentais moderados, buscavam atendimento em cidades vizinhas como Piracicaba ou então em uma das salas voltadas para esse público-alvo, que funcionavam no antigo Grupo Brasil.
Foram esses pais que deram início às articulações para a vinda de uma Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) em Limeira. Na maioria das vezes, as reuniões ocorriam na casa daquela que viria ser a sua primeira presidente: a Sra Olga Forster, já falecida.
No dia 27 de junho de 1966 foi oficializada a chegada da unidade da APAE em Limeira. A assinatura da primeira ata da diretoria aconteceu no Ítalo-Brasileiro.
Os anos eram difíceis até que, em 1973, um TCC- Trabalho de Conclusão de Curso- revolucionou a história. E quatro estudantes da Faculdade de Serviço Social de Piracicaba fizeram desse trabalho um marco que chamaram na época.
Helena Apparecida Arcaro Conci, Marilda Miotto, Myrian Arcaro de Araújo e Sidneya Feres eram as estudantes responsáveis por bem mais do que uma boa monografia e um estágio de faculdade. Elas não só abraçaram a causa da APAE, mas mobilizaram toda uma cidade em torno de um olhar inquieto perante tantas necessidades enfrentadas pelos excepcionais e suas famílias.
O movimento tomou corpo e contagiou lideranças e empresários da época como o usineiro Luiz Ometto que, em 23 de novembro de 1973, deu a grande notícia que todos aguardavam: a doação de um terreno próximo ao Isca Faculdades, no Parque Nossa Senhora das Dores em uma área de 13.600 metros quadrados.
Durante a construção, a APAE funcionou em duas sedes provisórias. A mudança para a sede própria, aconteceu 25 de agosto de 1979, no Parque Nossa Senhora das Dores, onde funciona a APAE até os dias atuais.